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Simples, leves e refrescantes, vinhos verdes têm tudo a ver com a Páscoa

02 Abril 2015
Simples, leves e refrescantes, vinhos verdes têm tudo a ver com a Páscoa Simples, leves e refrescantes, vinhos verdes têm tudo a ver com a Páscoa
Não se pode nem começar a falar dos famosos vinhos verdes portugueses sem, primeiro, desfazer um possível equívoco: existem vinhos verdes brancos, tintos e roses e o nome não tem nada a ver com a cor do líquido. "Vinho verde é uma Denominação de Origem Controlada (DOC) ao norte de Portugal, na fronteira com a Espanha", define Manuel Luz, sommelier da rede Fogo de Chão e professor do SENAC.

Isso quer dizer que só os vinhos produzidos na região portuguesa do Minho é que podem ser chamados de verdes, mesmo que outros rótulos tenham sido produzidos com as mesmas uvas. "Do lado espanhol da fronteira, na Galícia, usa-se muito um tipo de uva conhecido como albariño, que é a mesma chamada alvarinho em território português", explica. 
 
"De modo geral, é um vinho leve, bastante frutado, meio cítrico, com a acidez mais elevada, muito gostoso e refrescante", descreve Lucas Cordeiro, sommelier da Wine!. "Relativamente acessível, é o segundo tipo mais vendido em Portugal, atrás apenas daqueles produzidos no Alentejo", atesta. Os brancos são, de longe, os preferidos, seguidos pelo rosê - os tintos têm menor expressão.

Segundo Manuel, com exceção de locais com forte influência portuguesa, como Rio de Janeiro e Recife, no Brasil, os vinhos verdes são consumidos quase que exclusivamente na Páscoa. "Tem tudo a ver com a memória afetiva, é o resgate do bacalhau, do vinho e dos costumes dos avós, já que a data é uma das grandes festas do calendário gastronómico", acredita.

Devido à característica leveza, o vinho verde deve, em princípio, acompanhar pratos igualmente leves. "Uma salada ou um bacalhau desfiadinho com bastante batatas”, exemplifica Lucas. Mas há quem prefira harmonizar pelo contraste, como Manuel. "Bacalhau é uma carne forte, por isso é bom ter algo refrescante para beber", justifica.

Verde é só o nome

Existem duas versões além da oficial para o nome vinho verde. "A versão oficial é que o Minho é a região mais verde do país, onde se costumava plantar as videiras apoiadas nas árvores, uma técnica conhecida como vinha de enforcado", conta Lucas.

Já as versões extra oficiais se baseiam no fato de que verde é o contrário de maduro. "Há quem diga que ele se chama assim porque é um vinho pra se consumir jovem, com no máximo três ou quatro anos. Também tem quem acredite que o nome se refere à maturação das uvas, que não era muito boa antigamente", completa.

 

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